2010 ! Estamos chegando ao final!

os mais populares

sábado, 2 de maio de 2009

REALIDADE DURA

Como já mencionei em meus fóruns e outros, temos um aluno com Síndrome de Confins. É um aluno que dispensa muita atenção. Ele faz uma dieta de duas em duas horas, através de sonda. Ele é do primeiro ano, e temos uma funcionária que por permissão da SMED fica junto na sala com o menino fazendo o trabalho de educadora social. Ela é quem faz a dieta no aluno quando sua mãe não está. E quando a educadora falta a mãe é que ministra a dieta no aluno, mas fica outra profissional com a professora. E com essas informações já devem ter percebido que ninguém mais está apto e autorizado a fazer a dieta no menino. Eu atendi a mãe ao telefone no turno da manhã, na qual estava com outras mães na direção, pois já havia acontecido um problema bastante sério com algumas alunas, que me questionou sobre o menino que teria que faltar naquele dia, e que estava preocupada, pois ele já havia faltado dois dias anteriores e teria que faltar por mais dois dias a seguir. Eu, como sempre preocupada com a angústia da mãe e desejando ajudá-la, naquele momento disse-lhe que trouxesse que eu ficaria com ele na sala. Ok. Terminou a manhã, aliás, fatídica, nem almocei, e quando começou o turno da tarde, fui direto para uma turma na qual eu substituiria a professora que não viria. Estava tranqüila, de repente aparece a outra vice e perguntou se eu administraria a dieta no....que já estava no horário. Só não tive um derrame ou um infarto naquele momento, porque não era minha hora. Fiquei desesperada, pois só ali me caiu a ficha do que estava acontecendo. No momento em que pensei estar ajudando a mãe dizendo-lhe que trouxesse o aluno para a escola, esqueci completamente da dieta. E que eu teria a outra turma pela tarde. Esses dois fatos apagaram da minha mente completamente. Bem o meu desespero, o meu pânico foram aterrorizadores. Fiquei muito mal. Graças a Deus, consegui telefonar para a mãe para que viesse à escola e lhe expliquei o ocorrido, e que ela também já sabendo que ninguém é autorizado a alimentar o aluno, nem deveria ter ligado, na verdade agiu com um pouco de má fé. Bem apesar de ter sido resolvido essa situação, olha o risco que corremos com uma inclusão sem condições reais de atendimento. Esse aluno não pode ter quebra galho dentro da escola para ficar com ele, ele deve ter um especialista específico para ele. Ele tem muitos problemas, pode entrar em coma de repente, não pode ser batido, pois tem o local da sonda na barriga, entre outros problemas. Daí me pergunto: “que inclusão é essa?” Se não há condições reais para atender a todos, como dizer que a inclusão é obrigatória? Eu não sou contra a inclusão, mas quem inventa as leis, já passou pelos problemas que se referem as leis criadas? Onde está o preparo para os profissionais?Não é apenas com uma formação que se está preparado!!!!! Espero não passar mais por essa situação, o meu medo que essa criança morresse acabou comigo, Fiquei com muito pânico sobre essas situações e que poderão repetir-se.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

É complicado mesmo lidar com isso... seria necessário um trabalho conjunto com outros profissionais, recursos na própria escola e preparo por parte dos alunos também. Abração, Anice.