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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cultura Afro e Indígena, Etnias

É Lei trabalharmos com as etnias Afros e Indígenas nas escolas. Porém percebe-se ainda muita resistência por parte de alguns profissionais, que não conseguem incluir na sua disciplina, como se fossem fracionadas. Infelizmente ainda o são. Mas é necessário que se trabalhe nas séries iniciais sobre as etnias diversas que existem, algumas das quais eles convivem. É também muito delicado e devemos ter o cuidado para que sejam colocadas de forma que todos entendam a valorização e respeito que devemos para cada uma delas. Pois é nesta fase que a criança assimila e aceita melhor as diversidades que lhe cercam e compreendem com maior e melhor propriedade as diferenças das etnias.
Trabalhando-se nas séries iniciais a questão do preconceito, racismo, as etnias diversas, percebe-se que o preconceito está inserido nas crianças porque os adultos assim o fazem.
Tenho participado de um GT (grupo de trabalho) no município em que trabalho sobre a Cultura Indígena. E fizemos uma visita na Aldeia dos Guaranis, em Cantagalo no Lami. Aprendi muito nessa caminhada. É uma cultura que vem sofrendo as conseqüências de povos que tomaram o seu lugar, são julgados, discriminados pelos seus costumes. Ao ouvir o Cacique que nos deu uma palestra, nos deu uma lição de vida. As crianças brincam de pés no chão com todo o vigor, toda a alegria, sem frio, sem brigas. Aliás, uma das observações a se fazer é que quando uma criança está em qualquer lugar, seja brincando ou fazendo outra atividade, ela jamais está sozinha, quase sempre tem uma criança maior ao redor das menores. Como que as protegendo. Essa cultura guarda muito ainda a questão da proteção, do respeito aos mais velhos.
Ela tem o seu tempo e as coisas são feitas muito calmamente, em locais e horários adequados, sem pressa, sem correria. Talvez essa característica seja mal interpretada pela cultura não indígena, como preguiçosos. Lembro que na visita, todas estávamos muito ansiosas por respostas. O Cacique chegou disse que não responderia naquele momento. Que almoçássemos com calma e mais tarde ele voltaria. Foi como um balde água fria em nós.
E essa experiência que tive ao longo desse semestre com os indígenas,contribuíram para a aprendizagem dos alunos da minha escola, penso que a cultura indígena tem muito a nos mostrar, a nos ensinar, mas para obtermos tal aprendizado, devemos estar de coração aberto a essas novas experiências e aprendizado, Os profissionais da Educação são os maiores responsáveis por divulgarem esse conhecimento, e levando-se em conta essa responsabilidade não poderiam e nem deveriam realizar apenas trabalhinhos no dia do índio, ou no dia da consciência negra. Mas estudar e procurar entender a sua verdadeira essência, suas influências na nossa cultura. Esse é o verdadeiro valor que podemos demonstrar a essas etnias que contribuem com seus conhecimentos, diferentes, mas não menos importantes.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Jovens e Adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

“Jovens e adultos como sujeitos do conhecimento e aprendizagem”
O trabalho com os alunos de EJA, nos remete a caminhos desafiadores, por não estarmos tratando apenas com alunos crianças que estão na escola muitas vezes obrigados pelos pais. Mas lidamos com alunos que sentem a obrigação, a necessidade de buscarem novos conhecimentos que os capacite a se tornarem sujeitos inseridos no mundo social, profissional de forma crítica e de acordo com a sua realidade.
Os alunos de EJA são basicamente jovens e adultos que por muitas razões foram excluídos da escola. É um determinado grupo de pessoas relativamente com as mesmas características em se tratando da cultura. Porque não se trata de um estudante que está em busca de aperfeiçoamento ou qualificação profissional continuada, mas um estudante, na maioria das vezes, oriundo de áreas rurais empobrecidas ou filhos de trabalhadores rurais sem instrução escolar ou por não ter cumprido sistematicamente e na idade adequada a sua passagem pela escola. Não esquecendo do aluno jovem que passa do diurno para o noturno seja porque motivo o tenha levado a essa mudança.
O texto de Marta nos mostra alguns conceitos básicos pedagógicos de muita relevância para a prática pedagógica com alunos de EJA. Ou seja, para quem ensinar o que ensinar e como ensinar?
Analisando a gama de diversidades encontradas na EJA, torna-se imprescindível uma educação voltada para as necessidades e realidade desses alunos que vem em busca de uma educação diferenciada dos que a que eles já possuem que é a educação letrada do mundo em que vivem. Resgatando-os e motivando-os para que a mudança em suas vidas aconteça de forma significativa, tornando-os sujeitos capazes de participarem e pertencerem a determinados grupos sociais até então inatingíveis.
O que ensinar e como ensinar se trata de evidenciar os estudos relacionados a Psicologia da Vida Adulta, conhecendo-os com profundidade seus anseios, onde deve-se priorizar na prática pedagógica que na fase adulta acontecem a fase do desenvolvimento humano. Não enfatizando a sua pouca escolarização, pelo contrário devemos exteriorizar sua forma de pensamento e capacidade letrada.
A EJA deve adequar seu currículo de acordo a atingir todas as necessidades desse público alvo, vencendo todas as barreiras de exclusão cultural e social que esses jovens e adultos sofrem, contribuindo e aprimorando sua auto-estima através do aprendizado da leitura, da escrita, eliminando o analfabetismo que os exclui da sociedade acadêmica e profissional.
Ser professor de EJA requer além da bagagem básica e mínima de conhecimentos, uma bagagem de afetividade de sensibilidade para que consiga não apenas trazer o aluno para a escola, mas fazê-lo permanecer nela. Ainda é grande a evasão das escolas na modalidade EJA. E vários são os fatores que a provocam como, por exemplo, cansaço físico e mental de enfrentar aulas à noite, depois de um dia estafante de trabalho geralmente braçal, de sentirem-se excluídos também na escola pelos próprios colegas no que diz respeito a idade, classe social ou até mesmo cultural, pois não há evidências de que o aluno de EJA, não pense adequadamente ou não tenha condições de aprendizagem adequada tal qual tem uma criança na idade adequada na escola. Os adultos sentem vergonha de freqüentarem a escola por acharem que são os únicos, esse motivo os leva também a evasão. Para tal há a necessidade de que o professor, além da leitura e da escrita necessários e básica, planeje suas aulas baseadas também nas condições e conhecimentos produzidos e trazidos pelos alunos para a sala de aula, valorizando seus saberes, derrubando enfim a barreira social e cultural que excluem tais alunos.
O professor poderá e deverá apostar numa prática pedagógica freireana, capacitando o aluno ao ingresso no mercado de trabalho e social de forma crítica e inquietando-o de forma a procurar novas descobertas para o seu posicionamento num novo mundo econômico, social, político e acadêmico.

Referências Bibliográficas:

Marta Kohl de Oliveira –

O mundo representado pelos Estudos Sociais

Memórias e Educação
É certo que em todos os anos, todas as escolas acontecem os planejamentos para o ano em curso assim que inicia o ano letivo. Recebem-se os nomes dos alunos da turma, reencontros entre funcionários, entre alunos. Nós educadores recebemos uma listagem com os famosos conteúdos que deverão ser distribuídos durante os semestres. Mas está tudo tão pronto e ao mesmo fora da realidade que até assusta às vezes. Parece-me que são temas totalmente diferentes da realidade escolar que recebemos diferentes dos seus anseios, das suas necessidades. Ou talvez não. Mas a forma como chegam até nós necessitam de um olhar mais voltado do educador com essa realidade, No qual ele deve tentar encontrar a maneira mais adequada, mais próxima do aluno para que ele sinta que, além da obrigatoriedade de conhecerem alguns assuntos mesmo tão teóricos, tão distantes deles existe uma forma prazerosa de conhecer sua história, do seu município, para depois então chegarmos ao estado, país e por fim história do mundo.
Talvez assim os alunos entendam que a disciplina de estudos sociais é necessária para que saiba direcionar seus pensamentos, e responder o porquê de muitas perguntas.
No entanto percebo alguns professores ainda muito arraigados a conceitos e fórmulas tão antigas, nas quais não produzem um resultado tão bom quanto gostariam, ficando assim todos os problemas no fator indisciplinar do aluno.
Através de leituras e conceitos apresentados por diversos educadores da educação, com orientações sobre de como se trabalhar a história dentro do ensino o fundamental, nota-se já alguma sensível mudança. Mas ainda estamos longe de alcançar o verdadeiro objetivo de se aprender os “Estudos Sociais”. Porque bem como diz são os estudos da sociedade. Mas o quer dizer isso para uma criança se ela não conhecer sua própria identidade! E continuam fazendo trabalhinhos em datas comemorativas, mas que só tem significado, ou nem tem, para os professores.
Penso também que essa concepção não tem nada a ver com a idade de quem dá as aulas, mas com a necessidade que o educador sente de tentar fazer a diferença na educação. Modificar algo que já está pronto dá trabalho e precisamos modificar nossos conceitos e isso assusta, dá muito trabalho, pois à medida que se tentam mudanças devemos estar preparados para essa mudança. Mas com trabalhos realizados com projetos que visam realidades do aluno naquele ano letivo, mas que ele leve adiante, não esqueça mais de alguma data importante, mas que ele saiba a importância desta data para sua vida.
Devemos planejar visualizando a interação do aluno com o meio onde vive e vice-versa. Formando cidadãos capazes de formular seus próprios questionamentos levando-os a conquistar ou mudar seu meio social com propriedade e conhecimento, baseados na cultura antepassada. Pois um indivíduo para respeitar a si próprio deve respeitar sua Pátria. Tendo para isto que conhecer o início de sua história.
Para tal o planejamento há que ser flexível para que possamos incluir ou complementar com fatos da atualidade, sem deixar as raízes de lado.
Ao trabalhar algum conteúdo de história novo, procuro buscar para a realidade do aluno, tentando buscar exemplos, reportagens, ou acontecimentos que sejam do momento para então partir para o texto conteúdo a ser dado. Pois de alguma forma o aluno deve saber onde tudo começou. “Ou seja, planejar Estudos Sociais significa:” Não apenas se concentrar nos conteúdos como, por exemplo, descrições históricas, ou mesmo em temáticas da realidade social sem se preocupar com a aprendizagem de conceitos históricos necessários para a compreensão dessa realidade”, pois poderá correr o risco de apenas haver uma repetição de conteúdos sem uma construção de conhecimentos.
Estudos Sociais tem por objetivo fazer com que o indivíduo identifique o conhecimento científico como resultado do trabalho de gerações de homens e mulheres em busca do conhecimento para a compreensão do mundo, valorizando-o como instrumento para o exercício da cidadania capaz de avaliar as ações do homem nesta sociedade. O indivíduo deve ser capaz de construir referências que possibilitem uma participação no seu convívio social.
E o nosso aluno do Ensino Fundamental tem a capacidade de perceber e interagir nesta sociedade se for bem encaminhado pelos caminhos do desenvolvimento social. E é esse o papel do professor com o aluno. Interação entre professor X aluno, aluno X professor. O professor deve ter em mente que ele pode e deve ser um mediador dos conhecimentos e não o detentor de verdades, verdades essas que podem apenas suprir seus anseios, não as dos novos alunos de uma nova geração que está aqui acontecendo, e sente necessidade de muitas respostas e de mudanças. E o professor deve aproveitar as informações que o aluno traz para a sala de aula e atrelar aos conhecimentos que ele deseja passar.