2010 ! Estamos chegando ao final!

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domingo, 31 de maio de 2009

CONAE/2010




A partir de abril de 2009 está acontecendo a Conferência Nacional de Educação em todo o país. Houve agora nos dias 29/30 a conferência municipal. Participei reapresentando minha escola, dentro do município de Cachoeirinha. A lá pude perceber o quanto há divergências nas opiniões e principalmente no que se refere à Educação. Cada seguimento tem um modo de pensar sobre a mesma. E cada seguimento olha para as suas necessidades, por esse motivo é com muito pesar que digo, que apesar de estarmos há décadas tentando melhorar a Educação no país, não acredito mais nessa melhora. Na verdade percebe-se um jogo político em todos os sentidos. Numa das palestras, ouvi a frase e que concordo plenamente, que é a seguinte: “Enquanto os pais estiverem preocupados em colocar toda a responsabilidade nas escolas, nos professores, dizendo que seus filhos não aprendem porque os professores não sabem ensinar”. E enquanto os professores continuarem a colocarem toda a responsabilidade do fracasso escolar em cima das famílias, estarão ambas as partes deixando de fazer o que deveria ser feito dentro da sua responsabilidade como pais e professores, pois não terão tempo para tal enquanto estiverem usando esse tempo para transferirem essa responsabilidade para outrem.” E acredito plenamente nessa teoria. Cada um deve realizar o que está dentro da sua capacidade da melhor maneira possível. Mas infelizmente nos deparamos com essas duas realidades. Pais que não agüentam seus filhos dentro de casa e professores que já não tem mais equilíbrio e motivação para continuar na sua carreira. E quem está no meio deste turbilhão? Quem é o maior prejudicado? A criança. Que por intermédio desses turbilhões mal resolvidos se tornará o futuro pai ou professor sem responsabilidades e cheios de culpas. E isso continuará por muitas gerações. Como vem já há muitas gerações. Pois há muito se ouvia que no século XXI não haveria mais professores, que as escolas estariam equipadas com a modernidade da informática, com robôs. Que a tecnologia tomaria conta do mundo. E estamos no século XXI, a informática está nas nossas escolas, talvez não em todas ainda, mas pelo menos nos centros mais urbanos, e os professores continuam aqui. Com as mesmas reivindicações de salários de acordo com sua valorização, e agora com mais reivindicações que é a valorização e respeito pelo seu profissionalismo que se perdera em algum momento dessa longa caminhada. Espera-se realmente que as conferências que acontecem por todo o país, sejam capazes de resgatar o que se perdera, não só com os profissionais da Educação, mas com toda a sociedade, que perdeu há muito tempo a dignidade pela falta de consideração dos seus governantes no que se refere a saúde, segurança e um lugar para morar.
Falou-se muito nesta conferência, das condições nas quais as Universidades Federais oferecem para o estudante trabalhador, aprovado no vestibular, mas que provavelmente não consiga permanecer dentro dessa universidade que exige que o mesmo freqüente os três turnos. Como um estudante que necessita trabalhar para ajudar sua família, ou até mesmo para manter-se com transporte, alimento etc., pode estudar nos três turnos, precisando arrumar emprego para suprir suas necessidades? Acredito que deva começar pelas universidades federais a compreensão do que seja necessário para se modificar a Educação. Talvez se começarmos pelas condições oferecidas já é um bom início.
Mas para tais mudanças acontecerem dentro da Educação ou em qualquer outro seguimento que se faz necessário, deve-se começar a mudança dentro de cada um de nós indivíduos. Deixarmos de olhar apenas para o nosso centro, como se fôssemos únicos dentro do Planeta, como se fôssemos as únicas vítimas. Quando um olhar para o outro, não para criticar, mas para solidarizar-se de verdade, não só a Educação, mas todos os outros setores terão sensíveis mudanças, e para melhor.

domingo, 24 de maio de 2009

Barbárie

Acredito que vivamos em volta de muita barbárie dentro das escolas, onde as pessoas estão cada vez mais impulsivas, duras e severas. Consigo mesmas e com os outros que as rodeiam. Porque isso acontece, uma vez que parece que todas as pessoas se encontram em iguais condições? Ou não? As condições estão dentro de cada um. Talvez por esse motivo exista essa barbárie. E em massa de certa forma também acontece quando vimos em jogos tanta violência e quando acontece em lugares que se encontram um número grande de pessoas, como aconteceu há poucos dias no rodeio em São Paulo, em que de repente a desordem, o desencontro fez com que quatro pessoas viessem a morrer. Se observarmos bem, Auschwitz se repete. As pessoas estão perdendo sua autonomia, seu autocontrole.

domingo, 17 de maio de 2009

O CLUBE DO IMPERADOR

O Clube do Imperador me fez pensar que estamos sempre resgatando alunos, tentado fazer milagres dentro das salas de aula. Porém não temos o direito de penalizar aqueles que não tem problemas e não estão ali para serem resgatados. Os alunos que apresentam seus problemas na escola não têm culpa, por outro lado, os outros também não tem culpa por terem suas famílias estruturadas. Eles estão ali para seguirem o caminho da Educação. Portanto a atitude do professor não justifica. Se tivermos a certeza de que nós, professores, estamos fazendo tudo o que podemos para o nosso aluno, devemos tomar atitudes corretas, respeitando todos. Porque de certa forma o professor desrespeitou o aluno que era comprometido. Seja por qualquer motivo devemos manter uma postura com todos. É difícil, mas nossa função é de muita responsabilidade. Assim como marcamos um aluno com situações agradáveis, marcamos a vida de um aluno com situações ruins.
Essa situação do filme me fez repensar no caso dos dois alunos que tivemos alguns problemas. Estivemos com a cruz e a espada sobre a cabeça. Se eles continuassem na escola, teríamos problemas mais sérios com professores que já não conseguiam ficar com eles em sala de aula. E do outro lado, alunos que nos perguntavam se podia sair da sala a todo instante, porque o fulano e o cicrano estavam no pátio quase sempre. Tínhamos que ficar correndo e levando-os para a sala, quando conseguíamos sem problemas. Eu mesma, um dia quando conduzia um dos alunos que relatei anteriormente, fui ameaçada por ele. Esse mesmo aluno também mandou uma professora se... Me pergunto, o que falta para esses alunos? A escola oferece informática, profissionais capacitados que estão ali para atenderem aos alunos etc. O que falta é uma família, que tenha uma profissão. Uma vida digna. Isso a escola não pode oferecer. E esse é o problema dos nossos alunos. Não são respeitados pela sociedade pelo que apresentam ser. Mas também não podemos penalizar os alunos que não tem esses problemas. Portanto, a atitude do professor, em minha opinião não foi correta. Eu sou uma professora e agora na vice-direção, que dou muitas oportunidades para os alunos, mas com limites, direitos e deveres dentro da escola. Se não gostam da vida que levam, podem e devem procurar fazer diferente, mas na verdade eles querem ser iguais a alguém que idolatram e que muitas vezes não são de boa índole. Todos tem dois caminhos a escolher. Então todos somos responsáveis pelos nossos próprios atos.

sábado, 9 de maio de 2009

CERTO OU ERRADO?

Fala-se muito em inclusão. O que é inclusão? A lei deixa bem claro que os alunos com necessidades especiais devem encontrar-se em escola regular pois eles devem ser tratados iguais a todos e todos na escola. Mas quando se fala de inclusão, fala-se de alunos clinicamente avaliados e com laudo. Mas o que me incomoda são os alunos que não tem laudo e necessitam de ajuda. Mas eles não são considerados especiais. Mas nesta semana chegamos ao extremo de termos que convidar dois alunos a se retirarem da escola e procurarem outra, porque quem sabe seria o melhor para eles. Foi muito difícil, claro que esse fato não ocorreu do dia pra noite desde o início do ano viemos enfrentando muitos problemas com eles. Um já é nosso aluo há seis anos, o outro entrou no meio do ano passado, vindo já transferido de outra escola, por ter dado um soco no diretor. Aliás, ele já havia sido transferido de outra escola para a qual ele saiu e veio pra nossa. Esse aluno é envolvido com drogas, com marginalidade, e como tratar um aluno assim dentro da escola. Perdemos as contas de quantas vezes ele foi para a direção, porque os professores mandavam, ou porque ele não ficava em sala de aula. Tentávamos de tudo, chamamos mãe várias vezes, porque o pai já é falecido num tiroteio de gang, ele respeitava apenas alguns professores, não respeitava os colegas, alguns professores ele manda se... Muito difícil. Ele já tinha ficha enviada para promotoria pública, enfrenta qualquer farda, não tem medo de ninguém, chegou a me ameaçar, segundo a guarda da nossa escola. Eu estava conduzindo até a sala e ele ficou irritado, começou a gritar comigo, dizendo que eu não era mãe dele, nem mulher dele para ficar seguindo, deu meia volta e saiu da escola, e eu avisei a guarda que ele estava saindo, só que ele voltou e eu não o vi atrás de mim. E ele entrou novamente e dizia que ia me arrebentar. Mesmo assim fazíamos de tudo, conversávamos numa boa, tentando sempre mostrar o lado bom dele, o que ele podia conseguir se fosse um líder positivo, porque ele é um líder, pena que seja negativo. Desde que ele entrou em nossa escola, algumas coisas, ou alunos modificaram seu comportamento, o outro aluno, por exemplo, que já era nosso, já tinha um comportamento mais agitado, um aluno que só respeitava algumas pessoas. Eu dei aula para ele na terceira e quarta série. Ele me respeitava muito, aliás, eu era a única pessoa que o convencia das coisas. Mas ele era agitadíssimo. Foi encaminhado para o médico, m\as a mãe não procurou ajuda. A escola faz o que pode, mas a família deve também persistir. Infelizmente isso não acontece, por vários fatores. E afora que essas famílias já têm casos de familiares presos, drogados, ou que vendem drogas ilícitas. Fica difícil a escola agir sozinha. Também não podemos obrigar os profissionais a aceitarem esse tipo de aluno. E isso aconteceu também. Foi a pior coisa que já me acontecera nestes oito de anos de profissão. Me senti muito impotente, como se não tivesse feito nada. Mas temos que pensar no restante da escola. Os professores só reclamavam, os alunos passavam as tardes inteiras fora da sala. Os professores não conseguiam segurá-los, alguns já preferiam que eles ficassem fora,pois não conseguiam dar aulas. Eu enquanto equipe diretiva fazia o que nos competia. Mas enquanto professora, sei o que era dar aula para eles, pois no ano anterior eu substituía e pela primeira vez eu não consegui dar aulas na turma onde se encontrava o aluno que veio da outra escola. Ele modificou totalmente a turma. Era sensivelmente percebido. Os guris ficaram a mercê dele, tinham medo, fazia tudo o que ele queria. As gurias ficaram apaixonadas, como se ele fosse o único guri da escola.
Bem mas voltando a esse ano ele continuava monopolizando todos. Espero de coração que esses dois alunos se adaptem nas escolas que irão,e o menino que foi da nossa escola por seis anos, me deixou muito arrasada, fiquei muito mal,chorei muito. Chorei por ver uma criança que nós praticamente vimos crescer estar se perdendo nas drogas, numa vida tão cruel. Foi a pior experiência que já tive na educação. Mas infelizmente, da maneira como está nossa sociedade, sei que não será o último. Então me pergunto se essas não são as maiores inclusões que temos? Mas como incluí-los? Eles não querem ser incluídos. Eles desejam ser incluídos apenas no mundo deles. Sabem o que o aluno que já bateu e furtou nas outras escolas, disse essa semana para a nossa bibliotecária quando elogiou o seu relógio? “Vem trabalhar comigo que consegue um monte desses...
Bom, espero que esse tipo de aluno seja revisto pelos governantes. Pois se temos que dar aulas para esse tipo de aluno, temos que ter outra realidade no que diz respeito a metodologia, estratégias, a avaliação terá que ser diferente. Pois como avaliar um aluno que não faz nada, mas ao mesmo tempo, não se pode ficar reprovando aluno, que dualidade! Como manter os alunos quatro horas dentro da escola, se não agüentam ficar nenhum período de 45 min na sala? E esse alunos na estão interessados em nada. Na escola tem sala de informática, uma ótima biblioteca, atividades extracurriculares, não sabemos mais o que oferecer. Será que algum dia terei a felicidade de ver a escola sendo valorizada pelos alunos, pelos pais? Pelos próprios profissionais?

sábado, 2 de maio de 2009

VIOLÊNCIA NA ESCOLAS

A violência nas escolas tem sido alvo das últimas notícias atualmente na televisão. Não sei se por influência da mídia, por causa da novela que está em andamento, u se está aumentando muito mesmo, o que é mais provável. Mas como controlar essa violência? Temos alguns alunos que estão nesse ritmo e ando preocupada e com medo, inclusive, do que possa acontecer até comigo. Eles não ouvem, respondem, desacatam, desafiam até a guarda municipal, brigada. Já conversamos várias e várias vezes, foram registradas inúmeras atas, pois só o que os professores fazem é reclamar. Nesta última semana, quinta-feira fez tudo isso. Foi feito outra ata. Mas esses alunos já haviam sido encaminhados para o CE, que enviou para o Conselho Tutelar. E o retorno deles foi que a escola tem autonomia para tomar a decisão que achar cabível no que se relacionar a esses alunos. A escola pode pedir que se retirem, procurando outra vaga em outra escola. Mas agora que isso é possível, vieram as controvérsias. Será que foi feito tudo por esse aluno? Até quando ficaremos agüentando esses alunos? Até acontecer alguma coisa mais séria? E os outros que virão? E os professores que reclamavam que não agüentam eles dentro da sala, colocam eles pra fora da sala. Estou muito angustiada, pois a escola quer fazer o que for correto, o que está ao seu alcance. Mas o que é correto? O que falta? O que fazer com alunos que vem de uma família com traumas, problemas muito sérios de sociabilidade, mortes bruscas, drogas, desamor.. É não tem sido fácil. E sabem de uma coisa? A professora dentro da sala de aula, só conhece o seu mundo, estar na equipe diretiva é algo, que transforma nossas mentes, nossos corações, nossas almas, nossas concepções de vida. A realidade é que cada vez mais estamos recebendo alunos como se fôssemos uma clínica médica psiquiátrica, ou um orfanato e não uma instituição da qual seria a responsável por induzir o aluno ao caminho dos conhecimentos para que ele tenha um futuro melhor. Porque da maneira que se encaminha, os professores não tem mais condições de lidar com essa classe de alunos que viemos recebendo dentro das escolas. Como vimos sobre as características principais dos estádios cognitivos, um estádio seguinte depende do anterior. É como a vida dessas crianças,que o futuro depende do passado. Mas passado que está presente diante de nossos olhos e às vezes ficamos incapacitados de poder ajudar o quanto realmente necessitam. E nos sentimos impotentes, perdedores por não saber como agir,ou se o que fizemos foi o ideal. É uma responsabilidade muito grande que a escola está assumindo no lugar das famílias. Que, aliás, estão repassando para as escolas. Quem serão os próximos responsáveis pelas crianças do futuro?

REALIDADE DURA

Como já mencionei em meus fóruns e outros, temos um aluno com Síndrome de Confins. É um aluno que dispensa muita atenção. Ele faz uma dieta de duas em duas horas, através de sonda. Ele é do primeiro ano, e temos uma funcionária que por permissão da SMED fica junto na sala com o menino fazendo o trabalho de educadora social. Ela é quem faz a dieta no aluno quando sua mãe não está. E quando a educadora falta a mãe é que ministra a dieta no aluno, mas fica outra profissional com a professora. E com essas informações já devem ter percebido que ninguém mais está apto e autorizado a fazer a dieta no menino. Eu atendi a mãe ao telefone no turno da manhã, na qual estava com outras mães na direção, pois já havia acontecido um problema bastante sério com algumas alunas, que me questionou sobre o menino que teria que faltar naquele dia, e que estava preocupada, pois ele já havia faltado dois dias anteriores e teria que faltar por mais dois dias a seguir. Eu, como sempre preocupada com a angústia da mãe e desejando ajudá-la, naquele momento disse-lhe que trouxesse que eu ficaria com ele na sala. Ok. Terminou a manhã, aliás, fatídica, nem almocei, e quando começou o turno da tarde, fui direto para uma turma na qual eu substituiria a professora que não viria. Estava tranqüila, de repente aparece a outra vice e perguntou se eu administraria a dieta no....que já estava no horário. Só não tive um derrame ou um infarto naquele momento, porque não era minha hora. Fiquei desesperada, pois só ali me caiu a ficha do que estava acontecendo. No momento em que pensei estar ajudando a mãe dizendo-lhe que trouxesse o aluno para a escola, esqueci completamente da dieta. E que eu teria a outra turma pela tarde. Esses dois fatos apagaram da minha mente completamente. Bem o meu desespero, o meu pânico foram aterrorizadores. Fiquei muito mal. Graças a Deus, consegui telefonar para a mãe para que viesse à escola e lhe expliquei o ocorrido, e que ela também já sabendo que ninguém é autorizado a alimentar o aluno, nem deveria ter ligado, na verdade agiu com um pouco de má fé. Bem apesar de ter sido resolvido essa situação, olha o risco que corremos com uma inclusão sem condições reais de atendimento. Esse aluno não pode ter quebra galho dentro da escola para ficar com ele, ele deve ter um especialista específico para ele. Ele tem muitos problemas, pode entrar em coma de repente, não pode ser batido, pois tem o local da sonda na barriga, entre outros problemas. Daí me pergunto: “que inclusão é essa?” Se não há condições reais para atender a todos, como dizer que a inclusão é obrigatória? Eu não sou contra a inclusão, mas quem inventa as leis, já passou pelos problemas que se referem as leis criadas? Onde está o preparo para os profissionais?Não é apenas com uma formação que se está preparado!!!!! Espero não passar mais por essa situação, o meu medo que essa criança morresse acabou comigo, Fiquei com muito pânico sobre essas situações e que poderão repetir-se.