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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Inclusão ou exclusão?

Hoje nos deparamos com mais uma situação referente à inclusão. Ela está dentro das escolas. Mas muitas dúvidas sobre o que é verdadeiramente inclusão nos deixa reflexivos. Temos alguns alunos inclusos, mas que fisicamente não necessitam de alguém específico para lhes acompanhar. Temos outros dois em cadeira de rodas, com doenças degenerativas, e uma educadora social que fica com um deles no turno da manhã e com o outro no turno da tarde. Porém hoje recebemos uma aluna também numa cadeira de rodas, que necessita de ajuda para ir ao banheiro, não consegue escrever, não pega as coisas firmemente, pois tem problemas nas mãos. Não tenho ainda apropriação de sua necessidade especial. Hoje foi o primeiro dia dela na escola. A mãe não podia ficar, conforme foi solicitado pela escola até um determinado horário, para que houvesse uma adaptação e não temos educador social para a menina. Temos que encaminhar solicitação para o órgão competente. Porém já sabemos que existem dificuldades e possivelmente não receberemos esse profissional, não pelo menos por enquanto. Fui até a sala da menina para verificar se a professora necessitava de auxílio e ela queria ir ao banheiro. Disse-lhe que eu a levaria. Mas confesso que foi uma experiência ímpar. Jamais havia passado por essa situação. As únicas pessoas que já havia levado ao banheiro e limpado seu bumbum fora dos meus filhos, mas eles são e eram perfeitos quando fiz isso, apenas porque eram pequeninos. Eu não tinha lidado com aluno que tivesse necessidades especiais. Fiquei no recreio, conversei com ela, brincamos, ela ria das coisas que eu dizia, e algumas crianças, além de algumas da sala dela, foram se aproximando e eu tentava agir e falar para eles de forma natural, porque vinham meio curiosos. Eu disse-lhes que era aluna nova, que tinham que recepcioná-la bem, principalmente porque era gremista... eles riam...e pareceu normal para eles. Mas acabou o recreio e fui para minha sala. Mas será que a professora conseguirá dar conta dessa inclusão? Ela tem mais trinta alunos. E quando ela necessitar levá-la ao banheiro? A menina não escreve. Como será? Sabemos que sempre que tiver alguém que pu7der ajudar, com certeza acontecerá. Mas a inclusão será diária. Essa professora estava preparada para receber uma inclusão dessa forma? Pergunto-me: Será que esses alunos com necessidades especiais que estão batendo às portas das escolas regulares, que ainda não estão preparadas, não acabam sendo mais excluídos de certa forma? Pois eles precisam de alguém para acompanhá-los, isso demonstra que eles são sim diferentes e tem que ser tratados diferentes. Devem estar na escola regular se houver condições apropriadas. E não se trata apenas de uma rampa, ou banheiro com barras, porta larga para a cadeira de rodas. Tem-se que modificar toda a estrutura, inclusive dando estrutura aos profissionais que recebem esses alunos. Como ela se sentirá tendo que ir no colo de alguém para participar da aula de informática que fica no andar superior da escola? Ainda existem muitas dificuldades a serem sanadas dentro das escolas e dentro de todos nós.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Beatriz!!! Muito boa tua reflexão. Creio que todas as pessoas que lerem isso ficarão se questionando também. Deu para entender bem esta situação em tua escola e conseguiste desabafar colocando para "fora" todas tuas questões. Este assunto é mesmo muito complexo e penso que teus colegas poderiam vir aqui escrever para ti para que vocês, juntos, reflitam ainda mais. O que tu acha? Não te anima comentar na lista sobre essa tua postagem? Abraço, Anice.