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domingo, 14 de junho de 2009

Refletindo "A Escola da Ponte"


Quero refletir sobre a Escola da Ponte, no que diz respeito as condições e hábitos que nós brasileiros temos sobre as escolas. abaixo segue um trecho do comentário da colega Adriana, sobre a Escola da Ponte, da qual o ex-diretor se encontrava aqui no nosso município, e fez relato sobre a mesma.

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O professor José Pacheco fez um breve relato do histórico da Escola da Ponte, onde o insucesso dos alunos era grande, os alunos não aprendiam, a maioria tinha entre 14 e 15 anos e os adolescentes batiam nos professores.Atualmente a Escola da Ponte é uma referência de qualidade e valorização do conhecimento. O professor fez provocações aos professores dizendo:-Na Escola da Ponte os pais dirigem a escola, não têm turmas, não tem aula, não tem grade curricular... A Escola é lugar de trabalho, é um lugar onde se aprende, têm regras, direitos e deveres. Não há nada nas salas de aulas que seja realizado pelos professores. Todos os cartazes são realizados pelos alunos.Criança faz perguntas! A partir das perguntas das crianças elaboramos projetos de aprendizagem e os grupos são formados pelo interesse no assunto.Quando a criança faz perguntas o professor responde:-O que tu achas? A criança sempre tem uma hipótese para sua dúvida.A afetividade e a heterogeneidade são questões primordiais no grupo de trabalho. Eu aprendo com quem sabe outras coisas. No grupo sempre há um aluno que necessite maior atenção dos professores por apresentar alguma deficiência. As condições para o professor dar aulas são nunca estar sozinho, a aula não deve ser solitária e sim solidária! Não existe professor único para cada turma, existe um grupo de professores que mediam conhecimento a um grupo de alunos que escolhem o que vão aprender. "

Porém me pergunto, se estaríamos preparados para esse tipo de escola aqui no Brasil, onde em muitas das cidades brasileiras, o próprio professor tem de dar conta da sua condução, da manutenção da escola em que trabalha para poder dar pelo menos uma aula digna a quem deseja aprender? Antes o insucesso era visível, com alunos que não aprendiam, batiam nos professores, etc. e tal. E atualmente é uma referência de qualidade e valorização. Mas como chegaram aqui desta forma? O que fizeram para haver essa mudança? Precisamos saber. Todos nós, professores, estudantes, mantenedoras, autoridades, enfim todos relacionados à Educação desse país! Para se chegar a uma Escola da Ponte, deverá haver uma compreensão dos valores por parte tanto dos pais, quanto dos estudantes e dos próprios professores. Pois com certeza haveria muita confusão nos papéis. Num simples conselho de classe nas nossas escolas regulares e atuais, já são criadas problematizações, que infelizmente não levam a um entendimento, mas a um confronto, onde nenhuma das partes aceita e consegue entender! Que dirá uma escola onde os professores não dêem as respostas aos alunos! Com certeza os pais alegarão que o professor não quer trabalhar que a obrigação dele é ensinar, que está se negando a dar resposta para seu filhinho... E vice-versa também os professores não aceitam que seus estudantes aprendam apenas o que acham interessantes ou sintam necessidade. Como fazer isso, se acima deles há uma hierarquia cobrando um conteúdo, um currículo, avaliação... Como controlar faltas? Como deixar que o aluno pense por si só, e venha para a aula que ele desejar? E como ficam os vales que a família recebe para que seu filho esteja na escola? Acho que é uma pena, mas tantos vales de graça para as famílias manterem seus filhos na escola, não vem ajudando. Pelo contrário, vem obrigados, e por estarem na escola por obrigação não realizam seu papel de estudante, e por sua vez o professor já está as últimas, pois não agüenta mais alunos que não querem nada com nada. É uma bola de neve que cresce a cada dia. Penso que educadores e educandos estão passando por uma dificuldade de entendimento do que seja a verdadeira escola, a verdadeira Educação. A sociedade está se perdendo, perdendo seus valores. E num mundo de tanta tecnologia, tanta pobreza ao mesmo tempo. a tecnologia não combina com a realidade de noss9s estudantes. E por mais que se diga que estamos preparando nossas crianças para o futuro, sabemos bem lá no fundo que muitos deles não chegarão neste futuro do qual falamos ou pensamos. Com tantas dificuldades nossos estudantes de hoje serão como nossos antepassados que chegaram à sua maioria no ensino fundamental. a\ diferença é que eles talvez façam o ensino médio, mas que quando precisarem realmente, teriam que ter no mínimo o ensino superior. Então me pergunto como preparar escolas, professores, pais, estudantes e as nossas autoridades para uma escola do futuro melhor? Talvez parecida com a Escola da Ponte? A criança até tem seus questionamentos, mas a questão é: O adulto tem resposta para esses questionamentos?

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Bem interessante e pertinentes todos estes questionamentos. Creio que inicialmente uma mistura da escola tradicional com exemplos da escola da ponte seria o ideal, pois assim conseguiria manter as exigências curriculares e também, com a nova proposta, a autonomia e curiosidade do aluno estaria sendo exercida. É uma das alternativas para um início de mudança que deve ser realizado lentamente, até porque muitas barreiras estarão por vir. Abraço, Anice.