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domingo, 7 de junho de 2009

PARA REFLETIR

Li uma reportagem com o seguinte título: "No final do dia o professor está arrasado." Por quê? Segundo a entrevistada, é uma coisa que sempre gostou de fazer, mesmo que dissessem que não valia a pena, que ganhava pouco... Ela gostava de dar aulas. E gosta ainda! O problema é que estão acontecendo coisas violentas nas escolas hoje em dia. Mas prefere acreditar que é passageiro que alguém vai dar jeito! Será? Há tempos havia muito respeito muito grande pelo professor, hoje parece ter se perdido. Cada vez mais os pais delegam suas funções para a escola. Mesmo que antigamente as crianças não viessem prontas para a sala de aula, pelo menos vinham com o mínimo de respeito. Hoje parece estar com a escola o papel de ensinar as palavras mágicas como “por favor”, “com licença”, “muito obrigada”. Muitos pais acham que é obrigação do professor essa educação. Afinal, os pais trabalham tanto e ficam tanto tempo longe dos filhos? E os professores ficam muito mais tempo com eles, quatro horas! Muito mais do que algumas famílias se reúnem por dia. E daí onde ficam essas crianças no resto do dia, sem os pais ou responsáveis por elas? Já que os mesmos estão trabalhando tanto! Mas e os filhos de pais que não trabalham? São educados? Onde se perdeu então o respeito pelo professor? Os professores estão estressados, pensando até em desistir. Tem medo de enfrentar alguns alunos que enfrentam o professor sem medo, chegam mesmo a bater nos professores. Acham que não? Pois na semana passada, fiquei sabendo de uma colega que levou um tapa no rosto de um aluno de apenas oito anos. O que fazer neste momento? Bater? Claro que não. E o restante da turma, como reagiu com a situação? Está muito difícil Os professores sentem medo até de dizer não para os alunos, que podem enfrentar com agressões verbais, das quais a professora muitas das vezes não tem e nem tem como poder responder. Uma das coisas que estão acontecendo é que as comunidades estão se misturando. Numa escola onde os alunos são sempre os mesmos, desde o primeiro ano até o final do ensino fundamental, mesmo que apresentem problemas, há uma ligação forte entre aluno e escola. Há uma afetividade da qual talvez não se explique. Como pais e filhos que brigam mas sabem do amor um pelo outro. E percebi que com a entrada de alunos de comunidades diferentes os problemas aumentaram muito. E nessa reportagem pude perceber isso na fala da professora e concordo plenamente. Percebi essa diferença na minha escola também. E os problemas que tivemos neste ano, ou já no ano anterior foram e estão sendo com alunos que chegaram agora na escola. E que já vieram de outras escolas cheios de problemas, e não conseguem perceber a acolhida, a afetuosidade que a escola atual lhes quer transmitir. Os alunos estão fechados. E por mais que se tente, parecem resistir a novas mudanças. Fala-se tanto em educação com qualidade. Mas como conseguir essa qualidade, se alunos não respeitam mais seus educadores, e educadores chegam no final do dia de uma jornada de trabalho tão desesperados!

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Lendo tua postagem percebi que um dos fatores para que tudo isso ocorra é a falta de limite, não é mesmo? Os pais não conseguem mais ser encarados como figuras de autoridade pelos seus filhos e, portanto, o limite não ocorre. Dessa forma, há o desrespeito, a onipotência e arrogância. No entanto, a lei não existe também na sociedade. São questões bem graves a se pensar e tentar encontrar maneiras de contornar esta delicada situação. Abraço, Anice.