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domingo, 21 de setembro de 2008

Quem deve mudar?

Ouvindo a palestra do professor doutor Pedro Demo, entende-se que o professor necessita mudar. Que o professor não pode e nem deveria dar aula, nos dias de hoje, mas sim, ser um pesquisador e partir disto provocar seus alunos a pesquisarem.
Ele fala que aprendizagem não é “ouvido” e sim pesquisa, que necessita de todos os sentidos, mas aprendizagem é “cérebro”. Ou seja, o aluno não aprende apenas ouvindo, escrevendo e realizando provas, mas buscando. No que concordo plenamente.
Atualmente o aluno não precisa de mudanças no currículo, nos conteúdos ou nos números de dias letivos para aprender mais, mas precisa da mudança de metodologia. E para mim a primeira mudança seria de cima para baixo. A mudança deve começar pelo professor, inclusive como dia Dr. Pedro, porém, de qual mudança ele fala? Pois como um professor pode mudar se ele não tem as condições necessárias para sua mudança? E não falo de cursinhos que o professor faz de vez em quando, e também disputando com o colega a vaga para fazer determinado curso, tendo que o próprio professor correr atrás de alguém para substituí-lo na tão enfadonha “aula” deixada, pelo professor, porque ele escolheu realizar o curso, como se isso fosse um castigo, aliás, mas falo de especialização real, naquela que o professor encontra a verdadeira motivação porque sabe que após ele poderá dividir em seu campo de trabalho com a colaboração de todos, sem a preocupação de que está chegando o dia do conselho, que o caderno deverá estar rigorosamente em dia, sem uma vírgula de erro, pois do contrário encontrará um bilhete, como aqueles que o professor coloca no caderno do aluno, por ter incomodado o professor, ou os colegas, ou por não ter aprendido. Também os alunos não podem pesquisar em sua biblioteca sem agendamento. Sim porque nem todas as escolas possuem lugar suficientemente capaz de atender a demanda de alunos, de pesquisas solicitadas pelos professores, e também não têm em casa as condições para tal. Primeiro porque a família desestruturada dá graças a Deus que o filho esteja n a escola, porque lá ele almoça, toma café, e participa de eventos que ela jamais terá condições de oferecer-lhe.
Acredito que a mudança deve acontecer no órgão maior da Educação. Será que está no poder sabe dessa importância?
Claro que o profissional é quem deve buscar, pesquisar, entender realmente do que está falando, transmitindo ou desejando do seu aluno. Mas ele é um ser normal, um indivíduo que além da sua profissão, também tem sua vida social, particular, com filhos que desejam a mesma atenção que nós, professores queremos que nossos alunos tenham de sua família. E qual o retorno para esse profissional? Estou mais uma vez falando da realidade geral da Educação, sem esquecer-me de alguns poucos que conseguem, estou me referindo ao todo.
Interessante quando o professor relata que o aluno mesmo pobre se alfabetiza em um ano, até mesmo em meses, quando na verdade só o que se ouve no final dos trimestres para justificar que o aluno foi mal, é que ele é pobre, tem problemas, e não podemos exigir etc. e tal...
Concordo quando ele diz que o número de aulas não é parâmetro de aprendizagem com qualidade. E me reportei ao fato de que nós, professores, e posso dizer que há algum tempo pensava assim, não que não tenhamos condições para tal, mas para uma aula bem aproveitada pelos alunos há que se ter sim um planejamento bem estruturado e de acordo com os alunos de hoje, dizemos muito contentes: “...eu nem preciso de diário ou outro instrumento para dar aulas...”, como se isso fosse uma grande vantagem! Na verdade para ensinarmos devemos sim ter muitos materiais, pesquisas realizadas por nós para que possamos exigir de nossos alunos.
Tem uma fala onde o professor diz que a universidade quer mudar, mas desde que não mexam com ela. E é justamente, isso se fala em mudança, na qual um empurra para o outro.
Fala-se muito em não reprovação, e como consta na LDB, deve existir progressão continuada, que não existe realmente, e sim uma progressão na qual o aluno está indo adiante sem saber nada, pois há uma preocupação de índice de reprovação mais baseada em política e financeira do que do próprio saber do aluno.
Fiquei muito feliz ao perceber que possuo idéias parecidas com as do professor Pedro, pois essa semana, conversando com um colega, coloquei que o problema deveria ser resolvido na primeira série, assim como no primeiro trimestre. Se o problema de algum aluno é descoberto na primeira série e trabalhado ou no primeiro trimestre, com certeza ele continuará bem. E que o professor de primeira série deveria ser o melhor da Educação, pois ele é quem carrega a escola nas costas. Mas para o professor ter dignidade ele precisa de um salário justo, de condições justas para poder ser o melhor, mas como, se essa semana mesmo tem que lutar através de uma reunião, para que a uni docência não seja retirada como desejam da primeira série e distribuída para o restante das séries? Os professores da segunda série em diante ficaram felizes, mas e o professor da primeira que verá perdido essa uniu docência? Como disse o professor Pedro, ninguém deseja dar aulas para a primeira série, e depois disso então? Porque por mais amor que se tenha a camiseta todos desejam e necessitam de um salário, ou uma vida profissional e financeira justas.
Mas para finalizar esse comentário, percebo o quão importante o professor é para a Educação, m as ele deve ser bem cuidado, amparado, nossos problemas aumentam com os nossos alunos sim, mas se o professor não tiver condições, suporte para atender a esses alunos os mesmos não tenderão a melhora. Mas penso que o professor não deve ser visto como um pai, mãe, médica pediatra e sim como um professor.
Quanto ao EAD, ficou bem claro, que não podemos vencer tudo o que nos é proposto em tão pouco tempo, esse comentário do professor Pedro vem ao encontro de minha opinião, quando coloco que o meu maior aprendizado não ocorre neste momento, m as quando eu me der de frente com o problema. Como já aconteceram com interdisciplina anteriores. Ou seja, discordo como recebemos um parecer com conceitos que nos limitam, pois n osso aprendizado real só será reconhecido quando por algum momento necessitarmos dele. E o aluno só buscará pesquisar se ele sentir necessidade. Mas qual a necessidade real do nosso aluno ou do nosso professor atualmente? Volto a dizer: A mudança tem que começar nos órgãos superiores, para então motivarem os reais envolvidos: Professor e aluno. De nada adianta um professor tentar mudar sozinho. Claro que ele pode tentar modificar até porque se ele o deseja trabalhará de forma a tentar, mas quando esbarra na burocracia arraigada ainda na Educação tudo cai por terra. Já aconteceu comigo depois de ter entrado para o EAD e acontece ainda. Então vou caminhando sozinha dentro da minha sala de aula.

Um comentário:

Geny disse...

Querida aluna Beatriz em primeiro lugar você está escrevendo muito bem! Não sei se você vai concordar com o que vou perguntar. Eu percebo que você desenvolveu muito a escrita e as reflexões nos semestre do corrente ano, estou certa ou não? Acho que as discussões, as leituras os exercícios de redigir, as apresentações, etc. estão valendo né! Uma pessoa inteligente com você sabe fazer uma auto-avaliação de sua caminhada acadêmica até aqui, já estou a imaginar até o final do Curso, será uma verdadeira PEDAGOGA. Sempre achei uma pessoa muito ativa e comungo com muitas ciosas com você.
Quanto às colocações referentes à palestra do professor doutor Pedro Demo, segundo Pedro, que o professor deve ser? Um pesquisador professor pesquisador, você concorda, pois já esta sendo uma professora pesquisadora! È uma grande verdade o aluno nem o professor precisam de mudanças no currículo, nos conteúdos ou no dias letivos eu também concordo. Quanto às mudanças o que penso, participei de uma caminhada no Magistério atuando com regente de Classe, Supervisora, Diretora... durante os 30 anos, percorri escolas municipais estaduais e particulares, das comunidades mais abastadas as muito carentes, bem assim como você, muito questionamento, um dos meus questionamentos era todos os anos receber muitas estagiárias as quais vinha aplicar nos alunos seus aprendizados com os mesmos passos de que eu conhecia a 30 passados. Eu ficava a me perguntar como vamos ter mudanças na educação? Beatriz eu me aposentei e com havia feito um Curso para Tutoria na UFRGS e fui aprovada e hoje faço Especialização em Tutoria, por isso estou aqui trabalhando no PEAD. Confesso sei que não somos perfeitos e enfrentamos muitas dificuldades para inovar, as resistências são muitas. Posso adiantar que vejo em vocês alunas e alunos do PEAD, uma luz no fundo do túnel, então vale apena o PEAD investir nesse Curso. Querida aluna Beatriz, penso que deve começar as mudanças na Formação de Professores (as) com essa caminhada até aqui e tudo o que já vi nas interações, nas produções e nas aplicabilidades que já constatei em vocês, mesmo com dificuldades enfrentadas vocês estão fazendo essa diferença, sabemos que implica em outras mudanças e o professor precisa sim de incentivo para poder enfrentar as dificuldades que aprecem. Ser um professor/educador consciente demanda muita responsabilidade, sinto em você e na maioria das alunas e alunos do PEAD que conheço, são donas e donos de uma consciência que faz a diferença no que se deve mudar. As mudanças nunca foram fáceis!
Um grande abr@ço,
Professora: Geny Schwartz da Silva
Tutora - Seminário Integrador
PEAD/FACED/UFRGS