2010 ! Estamos chegando ao final!

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sábado, 27 de setembro de 2008

Essa semana me coloquei a pensar sobre a inclusão, até porque a pergunta do PA que estamos trabalhando se trata do assunto. Vi uma noticia na tv sobre os indivíduos que têm o direito de trabalhar, no que eu concordo plenamente. Mas será que quando essa lei fora criada, havia diferença do tipo de necessidades especiais que algum indivíduo pudesse ter? Pois uma criança ou mesmo adulto que tem suas necessidades muito comprometidas como poderá se engajar no meio escolar ou profissional? Onde ele ficará? Não existe de alguma forma exclusão? É um assunto muito sério, do qual não encontrei ainda nenhum profissional que concordasse. Até mesmo os que trabalham diretamente com essas crianças. Como podemos entender que o profissional que não está preparado aceite? Sem preparo, sem condições psicológicas muitas vezes, pois os alunos ditos normais já apresentam alguns problemas quase sem solução. O que fazer? Como cuidar dessa inclusão? Fico me perguntando até que ponto existe realmente essa inclusão tão desejada? Tive uma aluna da qual sofreu alguns preconceitos, embora se peça para as crianças terem cuidados, mas acontece que são crianças! E o pior é que são crianças que trazem aprendizado, pré-conceitos de seus familiares! Espero chegar ao final deste trabalho com uma expectativa mais positiva, pois cada vez mais estamos ficando de frente com essa realidade.

2 comentários:

Geny disse...

Minha querida aluna Beatriz você não esta a sós nesse questionamento a respeito da Inclusão, sei que a lei da Inclusão tem prazo, até 2010 para serem efetivadas e Incluídas nas escolas, muitas escolas já estão trabalhando e também às empresas deve oferecer um percentual de oportunidades para as pessoas necessidades especiais.
Na escola onde trabalha uma das minhas filhas que é Especialista no assunto, ela me contou que receberam uma professora cadeirante que é uma sumidade profissional e também totalmente resolvida, ativa, dedicada, competente e não demonstrando nenhuma complexidade, de auto-estima. É bem verdade que a maioria dos professores não tiveram nenhum preparo para trabalhar determinadas necessidades especiais. Vou tentar falar mais nesse assunto com a minha filha e o que ela acha, assim que tiver algo que possa ajudar o grupo com mais subsídios passarei as informações.

Um grande abr@ço,
Geny Schwartz da Silva
PEAD/FACED/UFRGS

Geny disse...

FALA: Professora Marlise Janete Ferreira
Pedagoga Especial
Psicopedagoga
Atua com alunos Paralisados Cerebral, Com transtorno Global do Desenvolvimento e Deficiência Mental, numa escola municipal especial do Município de Porto Alegre.


Acredito que são vários questionamentos em pauta e importantes quando se referimos a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais, pois junto devemos definir “O que são pessoas com necessidades especiais” “Que diferenças especiais são essas? O que o poder público e privado investe para atender as diferenças das diferenças? Com essas questões que estão em pauta sobre inclusão por que já é fato consumado, na medida em que as escolas já atendem alguns alunos especiais que estão *incluídos” no cotidiano percebe-se das dificuldades enfrentadas pela escola, pelos professores, pelos alunos, pelos pais e outras pessoas envolvidas, nas medidas que o mínimo necessário que é a acessibilidade já se constitui num grande problema, relato aqui um recorte de um fato ocorrido numa escola municipal de Porto Alegre:
“Um aluno X com paralisia cerebral, cadeirante, com o mínimo de linguagem verbal, se comunicando com expressões faciais, ausência de quaisquer movimentos dos membros superiores e inferiores...entre outras dificuldades, foi “incluído” numa turma de adolescentes. A escola já apresentava uma estrutura onde à sala de informática, biblioteca entre outras estavam no andar superior, somente o acesso era vários degraus de escadas. Toda a semana os alunos freqüentavam as referidas salas, atividades estas que fazem parte do currículo escolar. Na 1ª semana com a freqüência deste aluno especial os colegas, o guarda e quem pudessem tinham que deslocar, literalmente, o aluno com sua cadeira de rodas para o andar superior a fim de participar das aulas. Todos se mostraram solidários em ajudar o colega, todos se doavam. O que aconteceu? Na 1º e na 2ª semana...tudo bem, mas a partir da 3ª semana os alunos se escondiam, corriam, davam um jeito de sair de perto e não queriam mais carregar o colega cadeirante, onde a professora ficava sem ação, pois o que fazer numa situação desta?” Os colegas têm a obrigação de carregá-lo? Os alunos continuam tendo direito de freqüentar a sala de informática, da biblioteca entre outras presentes no currículo? Podemos dizer que este aluno está incluído? Qual é o papel da escola, da mantenedora e da comunidade escolar numa situação desta natureza? Como fica a professora diante dos demais alunos, no qual eles expressam verbalmente que não querem mais carregar ninguém?
Então, a partir deste pequeno relato, entre tantas outras situações que surgem no dia-a-dia das escolas há de se pensar que tipo de inclusão é possível ou não. A inclusão das pessoas com necessidades especiais é só responsabilidade da educação? Onde fia a inclusão na saúde, por exemplo? Que recursos são necessários para atender as diferentes deficiências na escola, na saúde, em fim no meio social?
Vamos pensar sobre as diferentes deficiências (dificuldades) apresentadas e as intervenções necessárias e imprescindíveis para cada uma delas. É possível?
O QUE EXSITE E O QUE NECESSITA
• Dificuldades de Aprendizagem - Salas de Recursos, Laboratórios de Aprendizagem. Professor de Apoio
• Paralisado Cerebral (Cadeirantes) – Salas no térreo adaptadas precariamente fizeram algumas rampas nas escolas. Mas as salas de uso coletivo como informática, Biblioteca etc.que já estão em andares superiores fica difícil e quase impossível a readaptação física destes espaços e na maioria das vezes não acontece. (precisa de construção de elevadores). Banheiro adaptado Existe? Atende a demanda.
• Alunos com transtorno Global do Desenvolvimento (Estruturas Psicóticas e autistas). Quando alunos que apresentam esta estruturação e estão incluídos nas turmas regulares existe profissional para atender junto com a professora as especificidades deles? Quando entram em “surto” (agressão física a outros alunos, agressão física em si próprio, agressão com cadeiras ou objetos....quem faz a contenção física na hora da crise? Que preparo tem a professora e escola para oferecer e atender esta especificidade nestes momentos? O que orientar e falar com os outros estudantes que estão presenciando esta situação? Quando o aluno foge da sala de aula, sai correndo para o pátio, quem é o responsável para fazer este tipo de intervenção e tentar trazer o aluno de volta para a sala de aula? Quando o aluno circula pela sala de aula, come papel, come lápis, giz etc...matérias específicos do trabalho na sala de aula, paralisando as atividades corriqueiras, quem e como deve ser feita as intervenções adequadas nestes casos?
• Crianças surdas – Professores especialistas na linguagem de Libras. Professor de Apoio.
• Crianças Cegas-Professores especialistas na linguagem Braille e materiais específicos para esta deficiência; Professor de Apoio.
• Suporte Psicológico Sistemático para alunos, professores e o próprio necessitado
• Suporte Psiquiátrico Sistemático – alunos que usam medicação controlada.
• Quem é o responsável pela administração da medicação, uma vez que a escola não pode medicar?

Esses são alguns questionamentos mais comuns vivenciados na escola especial e em algumas escolas regulares que atendem um número mínimo de alunos com necessidades educativas especiais.

Beatriz essa é a contribuição que consegui da especialista citada acima.

Um grande abraço,
Geny Schwartz da Silva